hoje acordei cedo, vesti o camuflado e as botas e parti com o meu pai rumo ao cercal do alentejo, a razão? uma batida aos javalis, a minha primeira batida!!!
desde que me conheço que o meu pai adora a caça e foi pegando essa paixão ao resto da família, tanto é que adoro armas, principalmente cães de caça e o meu irmão é ja hoje um caçador.
chegámos aos bombeiros e deparei-me com uma volta ao mundo rural, aos "montanheiros" do baixo alentejo, onde eu era a única mulher!!! sortearam-se as portas (local onde cada caçador fica) e lá fomos nós depois de engolirmos um pequenos almoço à caçador, que é como quem diz fatias de ovos, carne em vinha de alhos, linguiça e chouriço...
após todos os caçadores estarem nas portas e de armas em posição de fogo, largaram cerca de 100 cães que cerro a baixo espantavam ou apanhavam javalis... e ali estávamos nós à espera que a fugir dos cães aparecesse um porco selvagem (o que dá uma adrenalina do caraças e muito medo também, por exemplo, caso se atinja uma porca com crias e ela seja somente ferida ela investe contra o agressor)...
num momento começámos a sentir grunhidos e estalidos nas nossas costas e com medo que aparecesse um porco desvairado (já que eles a fugir levam tudo à frente) subi para um sobreiro, assim não atrapalharia o tiro do meu pai nem correria o risco de ser ferida... poucos instantes depois o meu pai dispara a um navalheiro (um javali muito grande) e vai ver se o atingiu... não é que no momento em que o meu pai estava longe, e eu em cima da àrvore, passam por baixo da àrvore onde estava uma javali com duas crias ja de 1 ano... eu estava quieta para não os assustar e à espera que o meu pai disparasse, ao mesmo tempo esquecia-me de tirar fotos, ou filmar o momento (muito raro) e nem a espigarda comigo tinha, já que seria um abate na certa, dada a curta distância...possas falhámos 4 javalis!!!!!pois o meu pai nem os chegou a ver!
quando decidi finalmente empunhar a carabina, já que o meu pai tinha a caçadeira, na esperança que na volta de regresso os cães trouxessem mais caça, acabou a batida...
pelas 3 voltámos ao local de partida alinharam-se os javalis mortos na caçada, 22, e tiraram-se fotos com as presas.
no almoço que se seguiu, tal como manda a boa maneira alentejana, ou seja, carne, batatas, canja, pão azeitonas, arroz e bebidas até cair para o lado fiquei simplesmente a observar as pessoas, ou seja os caçadores e as suas histórias com acrescentos de valentia... ouvia-se gabarolas, histórias de tiros, de outras caçadas, de javalis que foram errados, dos que foram abatidos hoje e alguém gritava já tocado pelo tinto "eu nunca falhei um javali, todos os tiros que dei acertei-os todos"....
a verdade é que a experiência foi engraçada e no fim todos vinham perguntar à única mulher como tinha sido a caçada (já que não sabiam que não era caçadora mas acompanhante), e eu embuída do espírito afirmava "ainda os vi, mas iam tão rápido que não lhes consegui acertar"
ps- prontos, venham lá os defensores dos animais...