Saturday, May 19, 2007

FAP


quando necessito regressar à base empurram-me novamente para a frente de batalha, "há que conseguir sempre tudo de dentes cerrados!" é o que me dizem...desta vez esperam-se consequências físicas das dores musculares, do limpar o chão com os joelhos e de arranhadelas nos cotovelos não me livro!!!

Friday, May 18, 2007

O arranca corações


Na quarta feira fui ao FATAL ver uma peça do Técnico e fez-me pensar...
Afinal o que é teatro? O que o compõe? o que é suficiente?
Para variar na peça do Técnico os actores estavam nus, e não foi isso que não me fez gostar mais ou menos do que vi... Ok, confesso que a luz estava excelente e que as imagens visuais e de som eram fantásticas mas será isso suficiente? O que nos leva a classificar isso como teatro e não só como música, fotografia... sei lá?
Achei que o nu não trazia nada de novo ao espectáculo, não adicionava nada, não comunicava! Não é isso que se faz no teatro? Comunicar? Eo que o nu me comunicava? Nada, e assim será que vale a pena estar nú em cena? Será o facto de alguém estar a foder com uma espingarda ou a masturbar-se que faz disso teatro, que faz disso arte? Para mim que a masturbação aconteça mas que o actor esteja dentro da personagem, a viver o corpo que se masturba! Não é só "ah e tal que forte porque estão nus e se fodem uns aos outros..." onde está o actor? É só o papel de parede? O desenho, O esboço? E para mim, quando o actor não está lá é como estar a cuspir para a parede e para os olhos dos espectadores que coitadinhos vão contentes por verem pessoas nuas!!!! Vá lá!!!!!
Não posso negar a genialidade das luzes e da cenografia mas isso não basta, ou bastaria se os actores não estivessem em palco ou se mesmo sem falar estivessem dentro do personagem!!!! Comparo "O arranca corações" à semelhança entre pornografia e sensualidade, e para mim o gratuito por si só não basta. E se o texto existe na peça (pois pode não existir), há que ter cuidado com o que se diz e com a forma como se diz... A palavra é outra forma de comunicar no teatro e se é para assassinar o autor mais vale estar de boca fechada (recado para que interpretava um padre).
O mais curioso é que se me perguntarem sobre o que é a peça eu não sei responder, não houve história, não me fez pensar, não me fez odiar, nem gostar muito, apenas me fez suspirar de tanto nada que recebi (eu e muitas pessoas que estavam na audiência).
Mensagem para o pessoal do teatro do Técnico: de bestial a besta se passa num instante, se o objectivo da performance é fazer um felatio à inteligência do público, que alguém apareça nú com um cartaz a dizer isso à entrada, assim já nos preparamos para uma ejaculação precoce sobre a arte do "novo" teatro.

Monday, May 14, 2007

FATAL


É hoje que estreamos no FATAL - Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa...estou um pouco nervosa confesso mas sei que vai correr bem... espero que o público goste e claro vamos ganhar! :)

Friday, May 11, 2007

ESTREIA - INSTANTÂNEOS DA MORTE

Bem, a peça em que participo está quase a estrear... os comentários até agora estão a ser positivos e espero que muitas pessoas nos venham ver!Espero ansiosamente pela vossa visita e pela vossa opinião!! O bilhete custa 5€. Uma vez que os lugares são poucos convém reservar com antecedência para o mail ou o telemóvel em baixo ou então digam-me qualquer coisa!Apareçam!!!


O 2º a Circular/Tearte , grupo de teatro da Escola Superior de Comunicação Social, apresenta:

INSTANTÂNEOS DA MORTE

17, 18, 19, 24, 25 e 26 de Maio 22h _ Hospital Júlio de Matos - Pavilhão 27
Telm. 96 9619437

Sinopse
No primeiro dia eles mataram uma pessoa e enterraram-na. Eles contam a história desse dia em Instantâneos da Morte e começa assim 'A primeira pessoa que matei era…' Eles fizeram um mapa de onde enterraram o corpo. Eles seguiram em frente, impunes. Depois foram mortos por alguém e alguém os enterrou e lhes escreveu uma carta. Eles têm essa carta. Eles desenharam um sítio que pode ser um objecto, que é um lugar-memória, sobre a qual eles falam. Eles têm desenvolvido cada um dos momentos cada dia, através de perguntas que nós lhes fazemos. Eles tentaram apropriar-se de alguns fragmentos de textos de Heiner Müller que pareciam ter a ver, e têm. Eles confessam-se, duvidam, e decidem-se. Eles muitas vezes não sabem porque é que matam ou mataram. Mas fazem-no uma e outra vez. Eles perderam-se um dia na cidade, e tentaram encontrar o melhor sítio para enterrar um corpo. Eles dizem que nesse dia estava tudo silencioso.

Ficha Técnica e Artística:
Autoria: 2º a Circular / Tearte / Orientação artística: Joana Craveiro
Interpretes: Diogo Andrade . Francisco Goulão . Patrícia Couveiro . Rodolfo Teixeira . Rossana Amador . Sónia Balacó . Tiago Vieira . Zé Bernardino
Cenografia: Joana Craveiro
Música: Gonçalo Alegria
Divulgação e Produção Executiva: Catarina dos Santos . Rodolfo TeixeiraProdução: 2º a Circular / Tearte





Aqui está o Croqui do Hospital para chegarem até à sala

Wednesday, May 09, 2007

Tuesday, May 08, 2007

Fodida de palavras 2- o nascimento

Tenho a cabeça ainda mais fodida de palavras!foi um entra e sai abrutalhado, violento que chegou a arranhar... Sem consentimento, sem lubrificação , sem nada, nem cuspo... Somente grandes, grossas e rudes palavras num acto de fecundação sem amor...foi quase violação...sem protecção, só com invasão de espaço, com posse do corpo que cede sem desejos... Queria ter o vazio, mas não! Foi por angústia, foi por teimosia que continuou até à gravidez pensante! O resultado foi um filho de virgulas e com muitos pontos de exclamação, foi um erro de amor, foi um aborto atrasado, já com 9 meses... Foi um útero rasgado com os dentes. Foi um papel cheio do que não se quer dizer... um borrão na parede!

Sunday, May 06, 2007

Lino a história de uma vida real quase ficcionada


Lino, 25 anos magro, cheira a catinga de branco!
Há anos que tenta começar o primeiro ano da faculdade, porque acredita que se não for para terminar tudo com 18 não vale a pena. Usa camisola de flanela aos quadrados, daquelas que já se usou há muito, uns numeros acima dos seus. É uma pessoa que falsamente não usa óculos, tendo em conta as horas que passa em frente ao computador. Calças de ganga usadas e reusadas (as mesmas desde sempre). Calça uns ténis falsos comprados no Lidl, umas Vans do Lidl.

Passou por um período de ainda mais evidente magreza quando não tinha dinheiro para comer. Ele nunca tem dinheiro para comer! Já tentou vários trabalhos e diz sempre no início à boca cheia que faz e acontece, que é o melhor, que é ele o revolucionador do Mundo!Dos últimos trabalhos que teve vendia Sapos pelo telefone, como nem atingiu a quota para se manter na empresa foi convidado a sair.

É incrível como é sempre convidado a sair... a sair da residência por causa da falta de aproveitamento escolar, a sair da vida dos pais... Também convida outros a sair, tal como fez com os 2 emigrantes do leste que partilhavam o quarto com ele. Sim, eram 2 ao início, mas no fim quando foi fazer queixa à senhoria já iam em 14!!! Actualmente divide paredes com 2 jeovás, porque ele não tem qualquer preconceito em relação a religião!Costuma até ser visitado por 2 Morman's desde que uma vez lhes abriu a porta e aceitou uma Biblia.

Não é tão aberto em relação a mulheres, gostava de ser ele a dar o primeiro passo mas tal como tudo na vida dele fica sempre pela vontade! Para os amigos aquele canivete que não tem dinheiro para comer porque é sempre despedido dos trabalhos que arranja, gosta de dizer que come todas as que quiser. Talvez se refira a fazê-lo na imaginação dele.

Lino é adepto das lasanhas do Lidl e guarda em grande quantidade as caixas no seu quarto. Caixas usadas, ainda com restos de molho bechamel que ficaram por ser comidos.

Mais do que restos de comida, caixas de leite e de pacotes de bolachas tem um monte de roupa suja displicentemente jogada para o chão à espera que o cheiro a suor se evapore!!! A roupa já tem o formato do seu corpo e quase que se aguenta de pé! Mas curiosamente ele não tem um cheiro muito activo, é mesmo mais o seu quarto. Todos os quartos que já teve possuem aquele cheiro característico... Suor, chulé, comida com bolor e leite azedo! Costuma até desculpar-se a todos que entram por minutos (breves) no seu quarto!

"-Desculpa o cheiro, hoje está pior do que é normal."

Lino sonha em ser dono do mundo com um jogo de computador inventado por ele, por que ele é o melhor, o mais capaz e o com menos vontade para mexer uma palha.

Tem 25 anos e é virgem, descarrega o que guarda dentro de si na pornografia que encontra à borla na net!

Friday, May 04, 2007

Pensamentos sobre a tua própria morte


Arrasto-me... as pernas em putrefação, cheiram a carne queimada, género matança do porco. Ao meu lado só corpos, montanhas de corpos, montanhas de bocados de corpos...
Queria sair dali a correr, a andar mas as minhas pernas em decadência que são só bocados de carne serrados com uma serra electrica, implodidas com as agruras que levava cá dentro!Quero saber onde estás seu cabão de merda... Sim sabes que falo contigo, seu infanticida do caralho!Tu que me esventraste à força quando me trocaste por aquela puta...Inspiro, sufoco-me neste ar irrespirável da fúria que me consome...
Não vou voltar a abrir as pernas por mais que grites, por mais que me cuspas para a cara, por mais que me batas, que que agarres até se fazerem nódoas negras...
Não vou voltar a abrir as mãos, vou deixá-las pelo contrário, fechadas, cerradas, até as unhas fazerem buracos nas palmas, até escorrer sangue! O ódio é um veneno que te irá assombrar, até morerres devagar, como se estivesses a ser enterrado vivo, comido vivo... Os vermes, as pázadas de terra no teu caixão...
Faz uma boa viagem! Deixa-me ali à deriva... a vaguear sobre os pensamentos da minha própria morte...

Thursday, May 03, 2007

Fodida de palavras



Tenho a cabeça fodida, fecundada, masturbada de imagens e palavrões...Tenho a cabeça escorrida, dividida, que estremunha entre dentes que já não pode com tantos ses...Tenho a cabeça a explodir de prosa e verso como se fosse cuspo numa parede com tela preta...Tenho a cabeça germinada de canteiros de letras acutilantes que me ferem e me picam, e se revoltam por não serem usadas...Por favor alguem as quer? É que já não tenho sótão para tanta frase!

Wednesday, May 02, 2007

VCC- Vontade colada a cuspo


Sabem aqueles momentos em que as músicas nos descrevem? Sabem aquela sensação de que todos estão acompanhados menos nós? Será da Primavera?

A verdade é que precisava apaixonar-me por alguém e não por projectos, músicas, livros... Sou uma animal apaixonado por tudo e mais alguma coisa, já em relação a pessoas não se passa o mesmo... gosto de viver períodos intensos, de sedução, de êxtase, de zangas e de sorrisos e depois.... invariavelmente vivo um intenso luto que lentamente vai passando do preto para um cinzento cada vez mais claro...

Já tentei o fugaz, aquela coisa de um instante, mas desisto sempre pois me apercebo que não vale a pena insistir no que não sou! Eu não sou rápida nos sentimentos, apesar de ser efervescente, de ser o meu próprio combustível....

Sinto-me despida ao escrever assim, mas há vezes em que mais máscaras não ajudam, aliás só pioram... queria tanto ser mais rápida e menos moralista nos meus sentimentos... mas cada vez que tento só me sinto uma prostituta de vontades... as minhas vontades! a minha vontade não é o que sou mas o que me apetecia que fosse....

Mas a verdade é que não é só juntar água e já está, nem sequer cuspo...é preciso mais! E não me digam para ter calma!