Enviei este texto antigo e fui aceite no workshop de Escrita Criativa I das Produções Ficticias, o curso começa este sábado e eu estou a precisar urgentemente de conhecer pessoas novas e pôr-me à prova...
A escrita é um acto de masturbação comigo mesma!
É maioritariamente isso... Um movimento circular dos dedos em volta da vagina ou do teclado onde substituo o prazer do toque do outro pelo meu. É um toque egoísta e narcisista onde o que importa sou eu e o meu orgasmo, que se deixa ali no meio dos lençóis... Que se foda quem lê!!
A escrita é acto de amor, é um acto de cópula com o outro, escrito para ser lido e para ser sentido a dois num ritmo próprio que só os nossos corpos entendem... Descrito para haver a troca, ora eu por cima, ora ele, até ambos nos sentirmos a suar e as coxas a estremecer... É um movimento em remoinho que acontece de dentro para fora e que se deixa adormecer nú em cima dos tapetes da sala!!
A escrita pode sempre ser sexo rápido quando estamos com o período, onde as palavras são deixadas em desalinho para serem lidas mas não interpretadas, para serem preenchidas. Como uma foda. Depois de um banho libertamo-nos do cheiro e do toque do outro. O que ficou do momento foi simplesmente um preservativo cheio de esperma e sangue no fundo do caixote do lixo da cozinha. É papel higiénico. Só se usa uma vez, puxa-se o autoclismo sem olhar para trás, sem se reler.
Ás vezes é ela quem manda, outras vezes sou eu, como numa relação masoquista em que o que seduz é a relação de dominação e de poder do outro...O que dói é o que se quer mais, sempre.A escrita é masturbação, é amor sem sexo, é sexo sem amor, é narcisista, é inocente, é prostituta... A escrita sou eu.
1 comment:
fico contente por ti, mais que precisares mereces, és sempre brilhante R.
um beijo
JB
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