Tuesday, February 27, 2007

Ai...quem será esta?

Cabelos loiros, sorriso tímido e um olhar que tenta apreender o máximo de informação no mínimo tempo possível. Acha que vai mudar o mundo. Tem 18 anos, acabou de concluir o 12º ano na antiga Escola Secundária de Sines, a que hoje tem o nome do poeta que escreveu “O anjo mudo”, um dos seus livros de cabeceira. Nunca reprovou, é aluna de 15. Sempre quis ir para a faculdade, escrever um livro e conhecer o mundo, aliás é apaixonada pelas viagens e pela sensação de transportar as recordações em fotografias.
Respondeu a um anúncio de jornal e foi seleccionada para se tornar oficial da Força Aérea. Porquê este ramo das forças armadas? Há quem diga que tem a ver o seu estado, constantemente descrito como “cabeça no ar”, ela justifica com a sua necessidade de desafio. Encheu uma mochila cheia de ilusões e partiu em busca de um rumo que a fizesse encontrar o caminho dos seus objectivos. Não é pela guerra, acredita no poder do diálogo ao invés da violência.
Recorda-se do dia 7 de Maio de 2001 como ventoso e um pouco chuvoso, tal como tantos outros dias daquele mês de recruta (que iria variar entre o Inverno gélido e o verão sufocante). Estava no meio de uma multidão onde a maioria eram rapazes, cujas idades variavam entre os 18 e os 25, as poucas raparigas iriam conhece-la pelo nome próprio ou pelo apelido dentro de pouco tempo. Atribuíram-lhe uma cama de ferro verde que combinava com um enorme armário, as duas únicas peças da sua mobília, num quarto que dividia com mais 11 raparigas, que viria a aprender chamar-se camarata! O tom da “recepção” aos novos recrutas era autoritário, assertivo e com pouco espaço para distraídos e perguntas banais, aliás cada pergunta banal equivaleria a benefícios corporais, que podem ser flexões, meias flexões, abdominais, pulos de galo, corridas, marcha, ou até todos. Despiu a pele de civil e abraçou o camuflado. O tempo no Centro de Formação Militar e Técnico da Força Aérea corria entre o vagarosamente (nos numerosos treinos, marchas e trocas constantes de fardamento) e o demasiado rápido (nos 5 minutos para tomar banho e estar pronto no sitio combinado, nas horas de sono, de refeição…). As histórias que guarda para contar são imensas, tal como as dores nos pés e as bolhas (que se tornariam calos nos calcanhares) causadas pelas botas. Foram tantas as corridas a meio da noite pela floresta, os suores, as gargalhadas, os medos, as inúmeras partidas dos camaradas e o stress de viver 24h com as mesmas pessoas!
Jurou bandeira e comprometeu-se a proteger o país, a Constituição e as leis da República. Desse dia recorda-se do orgulho que sentiu ao cantar o hino nacional. Foram muitas as provas superadas... Aprendeu o espírito de grupo, o sacrifício do todo pela luta dos objectivos comuns, o espírito de corpo. Ainda sorri ao pensar nas sessões de tiro, na orientação e a semana de campo (nesta o seu tecto era um pano triangular a centímetros do chão onde dormia com os pés de fora mesmo só tendo 1, 58m!). Nunca se achou menosprezada por ser mulher e sempre se orgulhou de fazer as mesmas provas que os rapazes, embora afirme que nem sempre pode ser fácil chefiar um pelotão de 30 homens! O importante é ser convicta! Nove meses depois terminou a sua formação na Ota e foi colocada na Base Aérea das Lajes na ilha Terceira, nos Açores.
Conheceu a ilha de trás para a frente e desdobrou-se entre a chefia do sector de alojamentos de praças, organização de cerimónias militares, o sector de fotografia e o de desporto por 2 anos e 4 meses. Colaborou (como oficial de operações) e assistiu inúmeras vezes à ajuda prestada pelos militares à população, onde entre outras se incluem resgate e salvamento a náufragos e embarcações e o transporte de doentes e de grávidas entre ilhas. Nunca se esquecerá dos inúmeros concertos, das peças de teatro, das viagens de C-130, do cheiro a verde e a mar e daqueles recantos que pareciam nunca pisados pelo homem que descobria quando nos fins-de-semana partia pela ilha por caminhos de terra e à sorte escolhia a direita ou a esquerda numa bifurcação.
Hoje, é a Sra Tenente da Força Aérea e trabalha em Lisboa, já serve a farda azul com o símbolo da Fénix há cerca de 6 anos. Estuda, é finalista do curso que sempre quis e que tenciona exercer (Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social). Quando despe a farda é uma entre tantos que sobem e descem as ruas da capital. Normalmente opta pelas cores vivas que espelham a alegria com que se identifica. Costuma dizer-se que a tropa torna os meninos em homens de barba rija, ela porém não considera que o facto de se ter tornado militar a tenha tornado uma mulher diferente, apenas proporcionou um crescimento e um amadurecimento mais rápido. Cedo soube o peso da responsabilidade, da independência e o que é lutar sozinha pelo que se acredita. Vê a vida como uma escada gigante onde é importante cada degrau. Apesar do posto hierárquico que possui não prefere a autoridade, acredita que a vontade, a união e a inter ajuda são mais eficientes. No local de trabalho acha que rir é o ponto-chave para a produtividade, celeridade dos processos e do bom ambiente.
Pelos altos e baixos destes anos descobriu as artes: o teatro, a literatura, a pintura e a escrita. Ainda não escreveu um livro completo! As viagens que a apaixonavam continuam a seduzi-la e podem ser uma cidade estrangeira, um passeio pelo Chiado ou pelo silêncio na boca das falésias de Porto Côvo… Ainda não conheceu o mundo, mas nos seus cadernos de viagens, guarda memórias e sorrisos congelados das fotos nas ruas de Londres, Bruxelas, Bruges, Amesterdão e Madrid. Se não estiver na base é fácil encontra-la, de mala às costas, livro, máquina fotográfica, a ouvir rock, absorta em pensamentos e imaginações sobre mudar o mundo, agora já não todo, só um bocadinho…

Sunday, February 18, 2007

Rolling Stone

há quem diga que é mesmo loucura, ou presunção!talvez seja uma mistura das duas, ou então uma completa falta de imaginação!são estas coisas que a Escs nos faz fazer!há e para quem quiser saber se eu fosse...era...
àrvore- chorão
elemento do fengshui - fogo
animal - leão
cor - magenta
pedra - uma pedra no sapato
ideograma chinês - a loucura

ai os 80's



uma madona colorida, uma avó com os sapatos do marido falecido, uma novaiorquina, uma cher decadente, um chunga intemporal, um louco meio willy wonka e claro, a fã dos guns que se veste como o axel rose!!!guns forever!!!!

Thursday, February 15, 2007

"O amor é fodido"


É incrível como existem cenas na nossa vida que lidas noutros momento não se interligam ou fazem sentido como noutros...li esta página e pensei no Müller, e talvez em coisas que gostaria de ter escrito...


"Culpou-a de deixá-lo sozinho. Culpou-a de deixá-lo com ela. Culpou-a de deixá-lo sem paz. Culpou-a de deixá-lo tão apaixonado. Culpou-a de deixá-lo com vida - só com a vida suficiente para continuar a amá-la, da maneira como amava, mesmo depois de morta, cada vez mais".

(...)

"E assim os anos passaram. Quase todos sem ela.

Tudo comido.


O fim não tem tempo.

É fácil morrer quando está tudo acabado.

E deixar de ver as árvores.

E deixar de tocar os muros.

Quando os há.

O fim não tem pressa.

Nem significado.

Se ao menos fosse uma surpresa.

Ou um alívio.

Ou uma inevitabilidade.

Poderíamos rir.

Poderíamos concluir.

Poderíamos conversar.


Mas o fim não tem carácter.

Só há uma maneira de dizer isto.

Só damos por ele quando já é tarde.


Nós que nem tivemos a consciência ou a angústia ou o prazer de pensar que houve uma vez que ainda era relativamente cedo".


In O amor é fodido, de Miguel Esteves Cardoso

Monday, February 12, 2007

CARNAVAL

estamos a chegar a uma das minha épocas preferidas...sim é verdade já podem começar a queixar-se...o carnaval!!!!
é o carnaval das fitas, dos papelinhos, dos martelinhos...das perucas às cores, onde os palhaços podem fingir que têm graça ou mesmo assumir-se como palhaços!!!a minha parte favorita sempre foram as máscaras,...as caraças!!!!já fui o capuchinho vermelho, a minhota, a espanhola (há sempre a minhota na vida de alguém), a empregada, a "bébé", e milhares de vezes a bruxa, a vampira... e riam-se os mais sisudos, esta loira (leia-se eu!!!) já se mascarou de bombom, bem gordinho e redondinho por sinal...... já fui a cigana, a bailarina, o anjo africano (lembram-se Liliana e Maria???), a pura da africana que corajosamente correu no meio da escola de samba e ia sendo morta pelo Sr do Apito (como a tinta da cara custou a sair)... Também já fui o bobo da comédia, uma acorrentada...ui sei lá...ah...fui a Jacinta Bimbô num bar algures nas Docas...
o que para mim é divertido não tem nada a ver com ovos, nem farinha, tem pois a ver com um sorriso iluminado no rosto, figuras tristes (como normalmente) mas com roupas que não as minhas de habitualmente!!!!! e para além disto ainda há o baile de carnaval que se realiza de segunda para terça feira na bela localidade de Sines. Longe estão os dias em que de botas de borracha, panos na cara e uma enorme quantidade de trapos em cima do lombo corria pela Avenida General Humberto Delgado (sim mais uma rua que cheira a "comunas", tal como as outras 250 em Sines, porque as restantes têm a ver com as Descobertas e com o Vasco da Gama!!!)... Corria com as amigas da escola em busca de conhecidos que assistiam ao desfile... e com sorte lá estariam os jeitosos mais velhos da escola e abrigadas pelas máscaras corriamos a fazer-lhes festas e a dar beijinhos (ai a adolescência!!)... e se encontrassemos a prof de quimica...aquilo é que eram marteladas!!!!!! ´
voltando ao baile.... é a altura de suar a camisola toda, com músicas que se decoram depois de três estrofes e passos que se fingem ser samba!!!! só o ano passado conheci esta realidade, já não tinha horários a cumprir nem explicações a dar, e como diz a Dani descobri a "dança"...há quem diga que qualquer dia até já vou conquistar o cimo das colunas! :S o essencial é mesmo não ligar aos olhares dos outros, divertir-se, sorriso sempre no rosto e não parar, pois senão não se consegue recomeçar!!!!!pelo menos o Marquitos ficou impressionado...
Li este post e no fim penso...wow parece mesmo algo escrito num diário, daqueles com folhas às cores, com um cheiro que impregnava tudo e um cadeado que nem os sonhos conseguia manter fechados....

Sunday, February 11, 2007

Elogio ao Budah


Oh Budah!!!!!
tu que vais para as bélgicas, que não sabes fazer arroz ou esparguete e que vais andar a congelados...
Oh Budah!!!!
tu que te vais encher de gauffres e não me mandas daquelas piadas secas por sms....
Oh Budah!!!!
tu que não farás trabalhos comigo e sorrirás de forma maliciosa porque disse uma ideia disparatada!!!!
Oh Budah!!!!
tu que deixas um blog para meter inveja e já não me vais dizer nada quando souberes de concursos!!!
Oh Budah!!!!
tu que já não vais ver os filmes no Varatojo com mais de um mês de atraso.....
Oh Budah!!!!
diverte-te!|
Oh Budah!
Solta a franga e mostra os dentes!!!!!!!!!!eu encarrego-me de dar porrada nas oxigenadas da minha turma!!!

Thursday, February 08, 2007

dias....

nestes dias de céu cinzento, frio cinzento e vento cinzento apetece é encher o bandulho e ressonar até ser outro dia...
nestes dias em que o pingo não abandona o nariz como se fossem atacadores de ranho que sobem e descem era ressonar até ser de manhã...
nestes dias em que as janelas parecem mais limpas que nos outros dias, em que as calças estão encharcadas até aos joelhos é mesmo comer até rebolar e aquecer o corpo....
nestes dias em que o sol não espreita e se arranjam todas as desculpas para ficar de pijama e cabelos desgrenhados a consumir pistachios, pipocas e todos os filmes da tanga e séries repetidas da tv é dormir cinco minutos de cada vez e só nos levantarmos porque os lençois estão torcidos....

Saturday, February 03, 2007

Dali



génio?louco? qual a barreira que separa a genialidade da loucura e a loucura da genialidade? um preço a pagar? ou é simplesmente o resultado de uma lucidez fora de comum... talvez uma inaptidão para a adaptação ou simplesmente só uma pitada de talento e muito trabalho... em Madrid não o conheci mas ao seu trabalho, e assustei-me pela perfeição do traço, pela imagética e pelos pormenores que são no fundo o que compõe o todo...

a minha vénia ao louco ou ao génio....quem me dera saber pintar desta forma só com um terço da mestria... prontos quem me dera desenhar uma pessoa e não um extreterrestre aos olhos dos outros...


ps...até era do meu intento pôr aqui uma foto do Dali...mas uma vez que os pc's da biblioteca não aceitam o upload da foto pronto tenho que postar isto meio despido...