Pelos relacionamentos suspiramos, sofremos, ansiamos, não queremos, fingimos que não queremos, queremos sofregamente, já quisemos muito, alguma coisa…
Sonhamos que vão ser perfeitos, ou já não acreditamos, ou até caem-nos dos céus aos trambolhões mesmo depois de termos jurado a nós mesmos que já não queríamos mais…
O problema, é que cada relacionamento é uma nova ferida que se abre.
Conhecemos alguém e isso significa mais um golpe no braço (na perna, nos rins…), que fica ali a escorrer a céu aberto como se fosse um esgoto…gota a gota ou de enxurrada! Quando o sonho acaba, os planos falham e o sufocamento aparece…
Há que fechar a ferida!
Podemos primeiramente ignorá-la, não acreditar que chegou a hora do remendo, querer arrancá-la com uma faca em brasa! Querer fazer um rasgo ainda maior! Querer enfiar as unhas sujas pelas goelas do outro que nos deixou ali a sangrar e arrancar-lhe as entranhas para saber como nos sentimos…
Depois ficamos ali de olhos esbugalhados e vidrados a olhar para aquele pedaço de sangue e pus que escorre do que somos. Sentimos o pulsar da raiva! Da raiva de nós mesmos (que tínhamos prometido esperar, que não queríamos mais, que nos iludimos, que nos adiámos!!!), do outro, de tudo…
Há quem expluda esta raiva toda no resto do mundo, há quem a coma às refeições, há quem a tome em comprimidos de 2 em 2 horas até a febre baixar…
Quando o remendo é finalmente cozido com linha, atado com cordas da roupa, fechado com agrafes, fita-cola, preso com molas, com cola Pica Pau (depois de já ter sido aberta algumas vezes, mal curada de outras), deixa sempre mazelas, cicatrizes, reumático, artroses, pontadas…
Por mais tempo que passe, o corte permanece…
O pior disto tudo é que cada nova relação tem um peso acrescido, o peso da relação anterior…
Sonhamos que vão ser perfeitos, ou já não acreditamos, ou até caem-nos dos céus aos trambolhões mesmo depois de termos jurado a nós mesmos que já não queríamos mais…
O problema, é que cada relacionamento é uma nova ferida que se abre.
Conhecemos alguém e isso significa mais um golpe no braço (na perna, nos rins…), que fica ali a escorrer a céu aberto como se fosse um esgoto…gota a gota ou de enxurrada! Quando o sonho acaba, os planos falham e o sufocamento aparece…
Há que fechar a ferida!
Podemos primeiramente ignorá-la, não acreditar que chegou a hora do remendo, querer arrancá-la com uma faca em brasa! Querer fazer um rasgo ainda maior! Querer enfiar as unhas sujas pelas goelas do outro que nos deixou ali a sangrar e arrancar-lhe as entranhas para saber como nos sentimos…
Depois ficamos ali de olhos esbugalhados e vidrados a olhar para aquele pedaço de sangue e pus que escorre do que somos. Sentimos o pulsar da raiva! Da raiva de nós mesmos (que tínhamos prometido esperar, que não queríamos mais, que nos iludimos, que nos adiámos!!!), do outro, de tudo…
Há quem expluda esta raiva toda no resto do mundo, há quem a coma às refeições, há quem a tome em comprimidos de 2 em 2 horas até a febre baixar…
Quando o remendo é finalmente cozido com linha, atado com cordas da roupa, fechado com agrafes, fita-cola, preso com molas, com cola Pica Pau (depois de já ter sido aberta algumas vezes, mal curada de outras), deixa sempre mazelas, cicatrizes, reumático, artroses, pontadas…
Por mais tempo que passe, o corte permanece…
O pior disto tudo é que cada nova relação tem um peso acrescido, o peso da relação anterior…
A próxima pessoa é então presenteada com todas as minhas cicatrizes, cortes, pontadas e queixas de todas as outras relações anteriores…
Nunca mais se recomeça tudo de novo…
Para além da primeira vez nunca mais nada é ingénuo, puro, naif, simples… Cada gesto é carregado de prefixos das cicatrizes do antigamente e subtraído ao sentimento pelo outro…
Somos todos uma manta de retalhos!.. Caminhamos mais pesados a cada novo corte…
Somos um poço de cicatrizes…
Somos um EU mais pequenino a cada novo TU que desaparece…
Que o próximo TU traga um novo objecto cortante (pois não se aceitam repetições), uma bebida e se acostume ao espectro dos outros como companhia…
Nunca mais se recomeça tudo de novo…
Para além da primeira vez nunca mais nada é ingénuo, puro, naif, simples… Cada gesto é carregado de prefixos das cicatrizes do antigamente e subtraído ao sentimento pelo outro…
Somos todos uma manta de retalhos!.. Caminhamos mais pesados a cada novo corte…
Somos um poço de cicatrizes…
Somos um EU mais pequenino a cada novo TU que desaparece…
Que o próximo TU traga um novo objecto cortante (pois não se aceitam repetições), uma bebida e se acostume ao espectro dos outros como companhia…
2 comments:
Como já te disse ontem, este texto faz-me lembrar uma música, não do Stevie Wonder, mas do Cat Stevens... The First Cut is The Deepest... "is it or is it not?" é outra questão!
De facto os teus textos têm uma imagética muito forte! =P
Mas já sabes, se a bebida que trouxerem for ananás com hortelã, não vás em experiências! hehe!
Vou agora escolher os textos para te enviar para o mail!
Beijinhos!
"the first cut is deepest"? talvez não seja o mais profundo mas é sem dúvida o que começa a manta de retalhos, o que nos faz mudar para sempre a forma de ver o outro, de sentir a relação e sem dúvida é um ponto chave e de comparação que não nos podemos esquecer...o pior é que mesmo que superemos os desgostos de cada corte, mesmo que nos queiramos esquecer o corte vai estar sempre lá...
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