Não podia deixar de olhar para eles. De forma lânguidas, retorcidas e contorcidas em volta de si mesmo. Encaracolados, ondulados que exprimiam humores e às vezes desumores que me viravam os dias do avesso.
Senti-me estranha. Entre o susto e a agonia, desconfortável e inquieta. Sentia a barriga num carrocel, numa montaha russa da Isla Mágica.
Levantei a camisola e era ver os meus abdominais inexistentes a ganharem formas esquisitas, aos altos e baixos...
Sem nada que o fizesse esperar senti uma forte e cirúrgica investida contra o meu estômago, mais propriamente o meu umbigo. Vejo surgir uma fresta de dentro daquele buraco no meio da minha barriga e com ele uma dor lacinante... Parecido com uma minhoca gigante de cor acizentada e pálida surge uma criatura viscosa... É com terror que segundo a segundo mais daquela coisa sai de mim... Devia ter metros, ou assim o parecia...
Vou ficando vazia à medida que ele vai saindo de mim e no fim, a ponta que deslizava como um caracol faz-se acompanhar de uma malinha de viagem Samsonite.
Meio a medo pergunto:
- Ouve lá quem és tu?
- Sou os teus intestinos! (dizem irritados como se fosse uma coisa demasiado óbvia).
- Mas onde vais? (pergunto entorpecida com tamanha bizarria)
- Vou-me embora, não se nota?
- Mas...mas porquê?
- Estou farto de aturar as tuas merdas!!!
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