Agora
"Agora que o sol repousou
sobre um mar rendido
e que as flores se fecharam
abraçadas;
agora que as bruxas acordam
trocando feitiços,
e a chuva se esmaga nas vidraças
dançando elegante
como se o mundo todo chorasse.
Agora
que te vi percorrendo
cada rua
com um sorriso generoso
nesse rosto
inesquecível,
e que as tuas mãos
se oferecem a outro destino,
a outros abraços.
Agora que os velhos repousam
no esquecimento dos dias doridos
e o suor seca por si
escorrida das têmporas dos
que chegam e já partem,
agora que os livros se fecham
marcados num canto
deixando nas páginas cicatrizes
indeléveis;
agora que o tempo se esgota
num mundo sempre cheio de fins
de destinos sem roda,
de homens de cátedra
e de catres onde os homens se perdem;
agora que as mulheres se soltam
nas lantejoulas
que iluminam as vielas onde a vida
se ganha e perde.
Agora entendo,
Que há tempo para sempre ser agora."
(J.B.)
Li este poema do Jorge e fez muito sentido para mim, tanto que tive que o publicar aqui...
1 comment:
Obrigado amiga.
sinto por dentro o quanto agora me faz sentido sentar-me à roda dessa fogueira imensa das palavras.
é sempre bom ouvir as tuas histórias
grande poeta
grande mulher
grande irmã das palavras generosas.
beijos nesse coração
JB
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