Friday, July 27, 2007

MY VOYAGE

Estou feliz e estou exausta... Para quem me conhece sabe que são as viagens que me aceleram o ritmo cardíaco... isso e a corrida, ou uma louca noite de amor, ou gritar no carro a plenos pulmões, ou ouvir música aos gritos nos headphones... mas é o lufa lufa dos transportes, o cheiro a comidas estranhas, a língua nativa que soa a nada e coisa nenhuma, o mapa que se perde, as indicações que não se compreende, as mochilas que pesam... é a aventura de não saber onde está a próxima descoberta... é o antes, o durante e o depois... o ouvir um concerto de jazz num parque, é os homens estátua, uma ópera em Viena, Um banho em Budapeste, são os mil castelos, museus, restaurantes, praças e avenidas...e os cafés que ficarão por beber por causa do preço e do sabor..
Planeei esta viagem durante muito tempo, e ao mesmo tempo poucas são as coisas certas... Espero trazer um olhar novo e rejuvesnecido com a cultura do 1º Mundo.... Não há nada como a Europa!!!!
Não há fome que não dê em fartura, não há ausência que não dê em saudades, não há beleza que não se extinga, não há vontade que não se consuma....

Monday, July 23, 2007

há quem...

"Há quem procure a perfeição do caminho, outros a singularidade dos detalhes"

Sunday, July 22, 2007

Footsbarn Theatre



Ontem fui ao teatro. Uma vez que estou em casa (sto andré) decidi aproveitar as iniciativas culturais da cidade e fui ver os Footsbarn Theatre . Esta é uma companhia de teatro itenerante das mais famosas do mundo. O corpo dos actores revela um trabalho baseado nos fantoches e o cenário, o recinto (uma tenda gigante que eles transportam com eles) e o guarda-roupa estavam simplesmente geniais. O facto de ser um Shakespeare em inglês acarcaico dito com pronuncia alemã, japonesa, e outras não identificadas é que não ajudou muito. Mas como o teatro é mais do que se diz e do que se faz, fez com que a história de "sonho de uma noite de verão" fosse captada e que me risse diversas vezes com aqueles caricatos personagens.

Tudo isto fez-me pensar num sonho que tive há muito...ser meio cigana, andar a percorrer o mundo com a casa as costas e levar a minha arte a toda a gente.

Há que destacar as máscaras brilhantes, o suporte físico dos personagens e a tentativa de falar português em muitas ocasiões da narrativa.

Se passar aí por perto de vocês aconselho vivamente a ver! Adorei o personagem do actor que é Piramus... apesar de se babar imenso e de se cuspir estava genialmente bem suportado. Excelente iniciativa da AJAGATO, o grupo de teatro de Sto Andre.

Thursday, July 19, 2007

السفر

Wednesday, July 18, 2007

Amigos

Quando o nevoeiro se dissipa é que podemos ver com clareza o que a tempestade nos deixou... por mais azares que me aconteçam deparo-me sempre com a maior das sortes, com grandes amigos. posso não estar com eles todos os dias, falar todos os meses mas sei que estão lá para o que precise e que cá estou a qualquer hora para o que precisarem. seja uma gargalhada, um bom filme ou mesmo um ombro. o João M. escreveu-me isso há pouco tempo e fez-me reflectir e olhar em redor....são algumas pessoas que entraram há muito, há pouco ou acabaram de chegar mas que de uma forma especial ficam cá... são de mundos diferentes ou iguais ao meu e a verdade é que depois de querermos passar a fase da casca (que todos temos) estão pessoas incomensuravelmente extraordinarias.

Monday, July 16, 2007

A memória como um fóssil


A vida traz-nos sempre surpresas... Engraçado como no final de arrumar a casa lá encontramos o que julgávamos perdido há muito, o que já nos tínhamos esquecido que existia... Incrível como um pedaço de papel gera recordações em catadupa...

Melhor ainda é quando o que estamos a viver é um momento que queremos recordar durante vários dias... é um momento em que trazemos recuerdos que carinhosamente pomos em cima da mesa, depois no cimo da gaveta até que com o tempo, passam para o fundo. É como se as recordações fossem fósseis e camada a camada de tempo se vão encobrindo com outras. E, um dia no meio de uma grande limpeza, tal e qual fossemos exploradores destemidos, encontramos o que antigamente esteve dentro da concha...

Tuesday, July 10, 2007

O meu caro Budah enviou-me este mail:
"Quando o monitor está todo branco (uma página do Word, por exemplo), o computador consome cerca de 74 watts. Quando está todo preto, utiliza, em média, 59 watts. Partindo deste princípio há alguns meses atrás, Mark Ontkush escreveu um artigo sobre a economia quepoderia ser feita se a página do Google possuísse um fundo preto em vez debranco. Levando em conta a altíssima popularidade do site, seriam economizados, segundo os cálculos de Mark, cerca de 750 megawatts/hora por ano. Em resposta ao post, o Google criou uma versão toda escura do seu search engine chamada Blackle.com http://blackle.com/, que funciona exactamente igual àversão original mas consome menos energia." Ideia interessante e útil devo confessar. Ainda por cima o preto é uma cor muito mais avant garde!!!!

Saturday, July 07, 2007

Nome próprio Maria... de manhã


Manhã.
O sol espreita no horizonte que ainda estremunha entre dentes que preferia ter ficado mais tempo na cama. Um devagar lento, suave e calmo que deixa entrever o movimento nas ruas e avenidas. Os cheiros das tranças, dos croissants, dos pastéis de Belém ou das bolas de Berlim que adoçam a quietude das calçadas. É um bailado com hora e minuto marcado, um movimento que rapidamente passa do silêncio a um frenesim de carros, pessoas, barcos, um montão de colégios, escritórios e muitos suspiros pelo andar que não se nota.
Descobre-se em cada passada mais ou menos apressada que há vidas que vão para além das bolhas que construímos à nossa volta ou das células que constantemente lançam dióxido de carbono e entopem a atmosfera “light” da altura. É o pardal na árvore em frente à janela (outrora despida), nos minutos em que a betoneira e o martelo pneumático sustêm a respiração. Um parque de gentes que procuram os corpos e os dinheiros dos outros que se pinta de roxo. Uma tela, um miradouro, uma luz, um pincel que se derrete na boca de um soslaio à paisagem. Um pintor que imagina, um escritor que ressaca de inspiração… Um vaivém que embate no cais preenchido por um magote de pontos negros que esvoaçam na paisagem… Um Rio que se revolta por não ser o mar de antigamente. Bocados de verde enfiados no meio do betão, que se revoltam com o cinzento tido como a cor de então. Um café. Uma vidraça. Uma espera, uma cadeira, um reflexo que bate no vidro, um sol que aquece a face. Um arrastar de pensamentos no meio do calor que descongela.
Cabelos loiros meios revoltados por não assumirem a regra do liso ou do encaracolado. Olhos azuis da cor do azul que se estende para além da luz que ilumina o quarto. Corpo esguio de criança que quer ser mulher. Um apito que quebra o sonho. Salta da cama, lava a cara com água fria para não dar tempo para o sono voltar. Uma perna e depois outra de umas calças “á pescador”, uma t-shirt colorida que fazem adivinhar que gostaria de ser artista. Botas cor-de-laranja que expressam a sua vontade de descobrir o que o novo dia encerra, talvez um encanto no cimo de umas escadas íngremes decoradas com cordas da roupa e cabos do eléctrico. Come de um trago e escova cuidadosamente o aparelho que não deixa adivinhar ao certo a idade que tem. Pasta debaixo do braço.
Apanha boleia no amarelo mais perto de sua casa. Não paga bilhete. Gosta de ver os grafittis que sujam a paisagem claustrofóbica a que prefere chamar de arte urbana. Enfia nos ouvidos os phones e escolhe cuidadosamente a música do seu Mp3. Gosta de escolher o ritmo a que a cidade se movimenta, em que os transeuntes se movem e torna aquilo tudo numa sinfonia onde é ela a maestrina. A esquizofrenia das batidas da música do momento, a coreografia ensaiada para mostrar aos amigos. Sorriso estampado no rosto de quem ainda acredita que o mundo pode ser seu. Prefere ver sempre o copo meio cheio e dizem que tem o dom de falar com imagens. Seu nome próprio Maria o seu apelido é Lisboa.

Wednesday, July 04, 2007

Nada, só expectativa


Puxo a cadeira, sento-me e arrasto-a para ficar bem perto da mesa. Ligo o computador, ouço o som familiar do iniciar do Windows. Clico no word e decido de uma página em branco escrever qualquer coisa, qualquer coisa de jeito. O pior é sair qualquer coisa de jeito. Tem que ser o que alguém que não conheço considere bom ao ponto de ganhar eu o concurso. Escrevo, apago, martelo nas teclas do computador, deixo cair a cabeça no teclado, volto a levanta-la... Páro diante das frases começadas, coladas a cuspo... Estico os braços, estalo o pescoço e olho em volta... Livros e mais livros encadernados e etiquetados, normal para alguem que está numa biblioteca. à minha volta só estudantes de Medicina, Enfermagem, Engenharia... e eu ali diante de uma página em branco. Sinto-me diminuída, menos importante por não ser o futuro da construção, da operação, da cura... Apostei na invenção e isso não parece estar a resultar.... Torço a imaginação até à última gota, como se fosse roupa quando a máquina de secar avariou, como se a imaginação fosse um lençol de banho... A custo escrevo alguma coisa com qualidade, penso eu. Gravo num Cd. Abro o envelope, selo-o e envio-o. Aí dentro está uma tentativa de palavras contadas pela minha boca e pelos dedos.

Meses de espera esquecidos na prateleira...

A resposta chega e para variar nenhum prémio, nenhuma palmadinha nas costas, nada... Queria ser genialmente qualquer coisa, pronto reconhecidamente, melhor queria ter sorte, para não dizer habilidade de ganhar alguma coisa...parece que tudo em que me dedico se condena a não se concretizar...faço muito e pouco esforço, acredito mais e menos mas parece não resultar. Estou condenada ao fracasso e a viver no sonho do que poderia ter sido. Parece que falo de Portugal, mas afinal falo de mim, só de mim... Ainda acredito que Portugal pode melhorar, quanto à minha pessoa, agora no desfazer da onda da expectativa nem por isso...

Continuo a olhar o céu a ver as nuvens passar....Só queria ganhar alguma coisa...

Sunday, July 01, 2007

Bailarico


Há muito que não tinha contacto com os bailaricos da terra, e não é que ontem me encontrei com uma mistura das festas com os santos populares... e no café entrava uma aragem desagradável, muitas permanetentes e poupas dos anos 80, emigrantes do leste e muitos casais que estão sempre batidos em todas as festas e já sabem os passos um do outro de cor. e a música perguntam vocês? havia a La Bamba, o Zumba na Caneca da Tonicha e claro clássicos do "grande" Nel Monteiro. É nestes momentos que me indago....que raio de letras de músicas são estas? isto são novos expoentes da poesia nacional, assim vai daqui o meu pedido ao Ministério da Educação "Sra Ministra incluam a análise destes poemas no programa escolar de português"!!! Abaixo postei um poema digno de análise exaustiva!!!Ponham os olhos nisto e vamos criar um movimento para incluir isto no Exame Nacional!!!


"Olhó cochicho, que se farta de apitar,
Ripipipipipipi e nunca mais desafina,
Rapaziada, quem é que quer assoprar?
Ripipipipipipi no cochicho da menina..."


O que é o cochicho? O que nos ensinaram na escola? a ir ao dicionário e foi o que eu fiz "s. m., Ornit., pássaro que se assemelha à calandra;brinquedo de criança, cujo som imita o cochicho;", dai quererem apitar no cochicho da rapariga!!! Mas a minha questão é...isso não é um pouco badalhoco, aliás, pouco higiénico todos a cuspir e a soprar no mesmo sítio? mas há que notar a excelente figura de estilo "ripipipipipipi", ou seja uma onomatopeia a imitar o som do animal!!!!!