... É um blog sem título, umas vezes escrito com mais ou menos vontade, mais ou menos felicidade, mais ou menos atropelos ou correrias!se é para sentir? se é para alguém ler? como diria o meu mestre Pessoa "sentir sinta quem lê", assim vos digo ler, leia quem lê....
Monday, October 30, 2006
Wednesday, October 25, 2006
um dia na vida de um cadáver - o meu cadáver - 2º Circular
O chão frio. Sinto cada centímetro do corpo pesado e agarrado a este chão frio! Há um formigueiro que me percorre e tem especial incidência nas pontas dos pés. A escuridão que me envolve e esta quietude provocada, fazem-me uma espécie de claustrofobia, não, não é bem isso, é mais desespero….Não me consigo mover, não vejo nada…só ouço…só sinto…só te sinto como se fosses uma parte de mim! Ali estou eu, jazida, morta, ou meio morta, numa espécie de limbo de indecisão! Agarras-me e arrastas-me para algum sítio…não sei bem onde, mas sentir-te ali comigo faz-me sentir menos só, menos definitiva… Sabes, o sempre assusta-me…o eternamente arrepia-me!
Páras de me transportar. Ouço os pregos do meu caixão! Um a um a espetar a madeira envernizada como se fossem farpas a atravessar-me a pele…O meu reflexo seria encolher-me, mas nem pestanejar consigo nesta rigidez mórbida em que me encontro… A terra a embater no caixão. Pázada a pázada. Não quero ficar aqui…não quero…desespero cada vez mais, revolto-me, entristeço-me, angustio-me, degladio-me comigo mesma! È cada vez mais sufocante este ar imaginadamente respirado…sim, imaginariamente pois os meus pulmões já não se mexem! Procuro ouvir-me no silêncio!
A tua voz ilumina-me de repente. É estranha a sensação de que vivo ainda em ti. É isso que me mantém ali na não morte, no desespero do nunca mais e na memória desfragmentada do sempre que é mais a eternidade! És como que um sopro ao ouvido que me tenciona acompanhar até uma quietude serena…Estou no mar dizes tu, num fundo escuro onde não existem peixes, algas, ou qualquer outra forma de vida. Só eu, deitada de costas na areia, com um punhado de areia em cada mão! Respiro mas não faço bolhinhas! Se me sinto confortável? Não! O peso do que deixei por terminar e do nunca mais são incomensuráveis! Lentamente, ao sabor da tua voz sinto-me a subir devagarinho, rompendo sinuosamente a água que me lambe o corpo como se fosse cetim! Em cada centímetro e em cada palmo volto ao que já fui! Ao baloiço da escola, ao bibe aos quadradinhos e aos inúmeros castigos! Voltei a ver o mundo com 3 ou quatro palmos… As fugas dos perús do quintal da avó, a primeira vez que vi uma cobra e das inúmeras viagens em busca da erva para os coelhos (gostava mais dos branquinhos!)! As escondidas com os primos, a ilha do Pessegueiro (foi lá que vi o meu primeiro pôr do sol sabias?!)! Foi no Alentejo também que aprendi que é uma noite cheia de estrelas que me iluminava quando dormia. A escola primária e aquele leite de chocolate que odiava! Os dias em que me esquecia de comprar a senha, o jogo do polícia e do ladrão e as aulas de carpintaria e de tecelagem no ATL! Os amigos no Ciclo e os inimigos…as vezes que era a última a ser escolhida na aula de Educação Física e aquele fato de treino verde àgua que me tornava na mais pirosa da turma! A morte do avô, os apelidos e as vezes que gozaram comigo…A ginástica de trampolim (porque é que desisti)?!! Revi os meus cães…e voltei a sentir o desgosto pela morte de cada um deles, o Pulgas que tomava conta de mim quando era bébé, o Piruças (que era o cão mais rápido e que caçava polvos), o Lau (o companheiro do avô), o Bolinhas (que parecia uma bola de futebol cada vez que comia), a Delta (a Peste que roeu os móveis lá de casa)…e como já não ia mais ver o Niro e ser literalmente agredida com aquelas patorras de cada vez que me via! O nascimento do meu mano e o seu primeiro dia de escola! O Secundário e a escolha de letras…. (queria ser jornalista porque que até gostava de escrever, e pensar em matemática lembrava-me as réguadas em frente à turma na primária)!
Continuei a levitar em toda aquela água e ser absorvida pelo que me dizias ao ouvido! “Morta”…disseste tu…”não sei se me ouves porque estás morta!!!!”As lágrimas caíram em catadupa cá para dentro, em nome da saudade do que fui, das escolhas que fiz, e principalmente pelo que não fui mas que gostava de ter sido… a quantidade de pessoas e de peles onde gostaria de ter vivido e as inúmeras vezes que tive vontade de vestir o outro e saber o que sentia!
Voltei novamente atrás… e revi as mil horas de conversas com as amigas e das parvoíces que dizia… sempre fui muito parva sabias??? Recordei os milhares de vezes que escrevi porque precisava, e até aqueles testamentos de análise de excertos de obras de autores portugueses! É incrível como 3 linhas equivaliam a 2 páginas de análise!!! Morri e ainda hoje não sei os tempos de conjugação verbais! As vezes que fiz teatro (Comecei com 1 ano, era o menino Jesus do presépio do infantário), recordei o quanto eram ridículas as festas dos santos populares e como me divertia no Carnaval! O meu primeiro beijo, como passava a correr pela travessa do campo da bola que não tinha iluminação e como apanhava chuva porque sempre perdia os guardas chuvas!!!! Os sonhos que tive. As vezes que amei sem resposta, ou, até aqueles em que a tive! As vezes que deixaria de percorrer aquele caminho de sempre… ou até as desculpas que inventava para mim mesma de forma a ficar mais uns segundos na cama!!! As vezes que fui feliz…aliás…as vezes que tive momentos felizes…tal como todas as vezes que aquele nervoso miudinho me invadia no avião antes de aterrar num país estrangeiro…ou mesmo as dezenas de vezes que me senti aos pedaços quando aterrava na Terceira!!!! Como amei Londres, Amesterdão, Bruxelas, sonhei em Brugges e me chateei em Madrid!
Sufoco-me a mim mesma! O choro parece atordoar-me e desespero por uma golfada de ar. Demasiadas memórias me entopem as veias onde o sangue já não é bombeado!
A tua voz abraça-me e como se fosse uma mão gigante e projecta-me para a superfície! Embato novamente na água e fico ali encharcada até aos ossos a boiar, com as mãos cheias com areia. Só consigo ver o céu azul! Não sei o que sinto e logo quando me dizes que te vais embora! Apenas sei que não queria que me deixasses! …
Escreves-me uma carta e querias que um sorriso morasse no meu rosto! Desculpa, não te vou conseguir fazer a vontade! Deixei cair a máscara lá no fundo…junto à areia! Deixei de sorrir ao invés de dizer que sofro! Os mortos já não fingem para si mesmos! Boa viagem, dizes-me. Eu fico ali à deriva!
Vida <=> Castelo de cartas
É impressionante como por vezes, sem sabermos bem de onde, aparece uma rabanada de vento que deita abaixo o nosso castelo de cartas!O que fazer? Como recomeçar? O que sentir? Não sei...apenas resta o encolher dos ombros....Quando isso não nos acontece a nós mesmos mas aos nossos amigos reconhecemos que só nos resta esperá-los com um abraço e dizer:
A gente vai continuar(letra do Jorge Palma)
"Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar"
A gente vai continuar(letra do Jorge Palma)
"Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar"
Aqui está mais uma vez a vossa repórter do mundo cinematográfico (sabem que sempre quis ser jornalista….)! É verdade fui ontem ao cinema (uma vez que deve ser das últimas oportunidades esta semana)! Fui ver a Dália Negra com o Josh Harnett, a Scarlett Johansson e a Hilary Swank e a verdade é que provavelmente eu e as pessoas todas do cinema (cerca de 5) ou gostámos ou nem por isso. Este é um filme de detectives que nos prende até ao fim para descortinar toda a história do assassínio mas onde não existe o suspense ou sequer a música característica. Assim vamos acompanhando a descoberta sobre os personagens com o Dwight (Josh Harnett) e cada um tem segredos mais escabrosos do que outros. Há prostituição, droga, lesbianismo, máfia, estripadores, filmes pornográficos, traição e muitas mortes e sangue! A verdade é que me senti um pouco confusa com a quantidade de “podres” de tantas personagens mas que não desgostei do filme. Não percebi bem foi porque gostei, mas acho que é porque aprecio todos os filmes que provocam estranheza no espectador! Ao menos não suspirei nem consultei o relógio! Assim não sei bem se o recomendo…não é para todas as bocas!
Monday, October 23, 2006
um dia na vida de um amigo de um cadáver 3º ensaio do 2º a circular
Eu e tu, um morto, naquele parque verde no meio da cidade. Levei-te a ver as nuvens. Ficámos os dois ali, a olhar os formatos das nuvens no meio daquele céu azul. Aquele parecia um chupa-chupa… se calhar disse isto porque estava com fome. É estranho, quando estamos com fome tudo parece irradiar cheiro, sabor ou aspecto de comida… Tal quando alguém morre e tudo nos faz lembrar o tempo que essa pessoa já não vai partilhar conosco e as vezes que já não vamos relembrar o que vivemos ou as trafulhices que aprontámos…
Não me apetece falar contigo sabes…não me apetece dizer as saudades que sinto, as palavras que não te disse, ou até que não me despedi! Não gosto de dizer adeus, prefiro o até logo! Prefiro ficar em silêncio, ao invés de inventar histórias que não vivemos ou palavras que não sinto… Já reparaste como o silêncio é complicado? Dizem que uma das formas de percebermos se realmente estamos à vontade com alguém é estar em silêncio sem que isso seja incómodo. Nada de conversas inventadas à pressão, nem a tentativa forçada de preencher o tempo com conversas sobre ele mesmo… Quando conhecemos alguém, é frequente aquela necessidade de ocupar todos os espaços em branco com qualquer coisa…
O silêncio incomoda, magoa…o silêncio permite-nos conversar conosco mesmo, ouvir todas estas vozes que moram cá dentro… é melhor ocupar o tempo com conversas inúteis do que sentir aquela dor do pensamento…
Estar em silêncio é também saber escutar o outro e a nossa vontade própria… mas e se o silêncio não for por vontade própria mas for imposto…tu morreste…tu estás em silêncio…eu tento estar em silêncio, mas ao confrontar-me com quem foi calado não consigo deixar de falar com medo que paire em mim o espectro da minha própria mortalidade… Será que os mortos ouvem… devem saber tantos segredos! O maior escondem vocês, resignam-se ao silêncio…são habitados por ele eternamente…
Temos o silêncio da vergonha (ao deixarmos qualquer palavra tomar forma temos medo que aumente o sentimento), o silêncio da vontade (de fugir, de ficar, de dizer…as palavras tornam-se bem mais pesadas que a ausência desta); o silêncio da ignorância (mais vale optar por parecermos discretos); o silêncio do medo (nas vezes em que pronunciar uma palavra significa assumirmos sem volta possível que aconteceu o que não queremos admitir); o silêncio do silêncio!
Não me apetece fingir que tenho saudades tuas, que conto os segundos que estou contigo, inventar o que sinto ou sobre o que aconteceu… Apenas quero ser sincera contigo e comigo mesma e deixar o silêncio instalar-se…um silêncio vivo e outro morto!
Estranho como o silêncio pode ser o outro lado da folha… se não digo o que sinto é porque não partilho, porque não sou sincera, porque não sei o que sinto… se digo o que penso é porque imponho sempre a minha vontade, porque não ouço… é isso…se não faço silêncio é porque não ouço, se faço silêncio é porque não digo…mas um invalida o outro???
Aquela nuvem parece algodão doce! Lá estou eu outra vez com a comida, devo estar mesmo cheia de fome!!!
Sabes, acho que chegou o momento de te deixar em casa, sim em casa, é mais simpático do que dizer cemitério, assim soa de uma forma mais aconchegante e não tão definitiva! Lá estou eu a tentar não dizer morte como se tal fizesse com que continuasses aqui! Tento levar-te mas és pesado…o que vale é que vais ficar num sítio aqui perto…assim também tenho menos hipóteses de magoar (caso sintas alguma coisa e apenas não o possas dizer-me de qualquer forma)…
Enterro-te…saio sem me despedir…sabes que prefiro o até logo….
Saturday, October 21, 2006
Marie Antoinette
Fui ver o Marie Antoinette da Sofia Coppola! O que vi não me encheu a vista em termos de representação...mas sem dúvida me encheu a cabeça de festas cheias de glamour, de sedução e de vestidos belíssimos!!!Excelentes imagens e cor...cada cena parece tirada de um quadro com cores bem vivas!recomendo!
Sunday, October 15, 2006
"I Don't Feel Like Dancin'" dos scissor sisters
"I Don't Feel Like Dancin'"
Wake up in the morning with a head like ‘what ya done?’
This used to be the life but I don’t need another one.
Good luck cuttin’ nothin’, carrying on, you wear them gowns.
So how come I feel so lonely when you’re up getting down?
So I play along when I hear that favourite song
I’m gonna be the one who gets it right.
You better know when you’re swingin’ round the room
Look’s like magic’s solely yours tonight
But I don’t feel like dancin’
When the old Joanna plays
My heart could take a chance
But my two feet can’t find a way
You think that I could muster up a little soft, shoop devil sway
But I don’t feel like dancin’
No sir, no dancin’ today.
Don’t feel like dancin’, dancin’
Even if i find nothin' better to do
Don’t feel like dancin’, dancin’
Why’d you break down when I’m not in the mood?
Don’t feel like dancin’, dancin’
Rather be home with no one when I can't get down with you
Cities come and cities go just like the old empires
When all you do is change your clothes and call that versatile.
You got so many colours make a blind man so confused.
Then why can’t I keep up when you’re the only thing I lose?
So I’ll just pretend that I know which way to bend
And I’m gonna tell the whole world that you’re mine.
Just please understand, when I see you clap your hands
If you stick around I’m sure that you’ll be fine.
But I don’t feel like dancin’
When the old Joanna plays
My heart could take a chance
But my two feet can’t find a way
You think that I could muster up a little soft, shoop devil sway
But I don’t feel like dancin’
No sir, no dancin’ today.
Don’t feel like dancin’, dancin’
Even if i find nothin' better to do
Don’t feel like dancin’, dancin’
Why’d you break down when I’m not in the mood?
Don’t feel like dancin’, dancin’
Rather be home with no one when I can't get down with you
You can’t make me dance around
But your two-step makes my chest pound.
Just lay me down as you blow it away into the shimmer light.
But I don’t feel like dancin’
When the old Joanna plays
My heart could take a chance
But my two feet can’t find a way
You think that I could muster up a little soft, shoop devil sway
But I don’t feel like dancin’
No sir, no dancin’ today.
Don’t feel like dancin’, dancin’
Even if i find nothin' better to do
Don’t feel like dancin’, dancin’
Why’d you break down when I’m not in the mood?
Don’t feel like dancin’, dancin’
Rather be home with no one when I can't get down with you
CInzentíssimo
Estou numa fase em que me assumo cinzenta! Sim, cinzenta, assumo o meu cinzentismo! Porque estou triste? Porque estive de luto? Porque estou com a neura? Porque estou com o período? Porque estou com raiva?
Não meus amigos! Estou cinzenta porque me apetece! Porque também gosto daquele ar sufocante que nos envolve antes de uma trovoada! Porque quando nasci a televisão era a preto e branco e os vermelhos pareciam cinzentos! Porque sempre quis ter uma capa de inspectora ( género dos policiais dos anos 50, tipo gabardine!)! Porque o cinzento tambem é cor! Porque é uma mistura de cores!
Agora que penso no assunto o cinzento não será um não assumir da cor? Neste caso o não assumir do preto ou do branco?Isso faz lembrar as pessoas quando não têm opinião sobre determinado assunto e apenas enviam para a conversa um "Pois", ou um "é verdade.."!!! Que se lixe assumo que não me assumo como preto ou branco!!!!!
Não meus amigos! Estou cinzenta porque me apetece! Porque também gosto daquele ar sufocante que nos envolve antes de uma trovoada! Porque quando nasci a televisão era a preto e branco e os vermelhos pareciam cinzentos! Porque sempre quis ter uma capa de inspectora ( género dos policiais dos anos 50, tipo gabardine!)! Porque o cinzento tambem é cor! Porque é uma mistura de cores!
Agora que penso no assunto o cinzento não será um não assumir da cor? Neste caso o não assumir do preto ou do branco?Isso faz lembrar as pessoas quando não têm opinião sobre determinado assunto e apenas enviam para a conversa um "Pois", ou um "é verdade.."!!! Que se lixe assumo que não me assumo como preto ou branco!!!!!
Saturday, October 14, 2006
2º a Circular - 2º ensaio
Éramos 13 num campo minado, vendados por uma vontade incrível de termos e de possuirmos algo que nos completaria a essência!
A princípio senti um medo terrível de sair do lugar, de a qualquer momento e que qualquer movimento pudesse despoletar uma mina... mas o facto de saber que o que eu mais queria estava naquele local (mesmo que sabendo que todas as pessoas o procuravam), impeliu-me para estar num estado de alerta! Resolvi partir então para a conquista! o mínimo ruído era absorvido pelos corpos que num esgar de vontade se lançavam de encontro ao local onde pressentiam o seu objecto precioso!
O coração do outro era o que me fazia mover, era o que eu mais queria, o coração de um outro qualquer... E assim, também eu me deslocava sorrateiramente naquele espaço minado de corpos! No caso de pressentir a presença de alguém buscava desenfreadamente as suas mãos e corpos para me assegurar que não escondiam o que buscava!!!
De repente, no meio do silêncio cheguei mesmo a tocar-te, mas uma torrente corpos logo te arrancou com unhas e dentes! Ainda me mantive na luta de pés, braços e de um emanharanhado de solitários em busca de um sonho... Mas, apercebi-me que não valia a pena manter-me naquele estraçalhar do que queremos... Não valia a pena tentar agarrar-te e obrigar-te a ficar comigo... Preferi deixar-te livre a encurralar-te a ficar comigo só por minha vontade... mesmo que tivesse ficado Só com nódoas negras!
Existem coisas pelas quais vale a pena lutar e procurar mas que deixam de ter valor a partir do momento em que as queremos agarrar... O coração do outro era assim uma bola de sabão que enfeitiça e nos faz sonhar mas que ao tocar nas mãos se eclipsa e evapora!
Voltei ao meu canto, e ouvi-vos a todos na minha cegueira, a degladiar-se pelo que mais queriam... e, queriam tanto que mataram o sonho mesmo antes de o terem vivido! Eu não te matei, senti-me feliz, deixei-te livre mesmo que distante de mim!
A princípio senti um medo terrível de sair do lugar, de a qualquer momento e que qualquer movimento pudesse despoletar uma mina... mas o facto de saber que o que eu mais queria estava naquele local (mesmo que sabendo que todas as pessoas o procuravam), impeliu-me para estar num estado de alerta! Resolvi partir então para a conquista! o mínimo ruído era absorvido pelos corpos que num esgar de vontade se lançavam de encontro ao local onde pressentiam o seu objecto precioso!
O coração do outro era o que me fazia mover, era o que eu mais queria, o coração de um outro qualquer... E assim, também eu me deslocava sorrateiramente naquele espaço minado de corpos! No caso de pressentir a presença de alguém buscava desenfreadamente as suas mãos e corpos para me assegurar que não escondiam o que buscava!!!
De repente, no meio do silêncio cheguei mesmo a tocar-te, mas uma torrente corpos logo te arrancou com unhas e dentes! Ainda me mantive na luta de pés, braços e de um emanharanhado de solitários em busca de um sonho... Mas, apercebi-me que não valia a pena manter-me naquele estraçalhar do que queremos... Não valia a pena tentar agarrar-te e obrigar-te a ficar comigo... Preferi deixar-te livre a encurralar-te a ficar comigo só por minha vontade... mesmo que tivesse ficado Só com nódoas negras!
Existem coisas pelas quais vale a pena lutar e procurar mas que deixam de ter valor a partir do momento em que as queremos agarrar... O coração do outro era assim uma bola de sabão que enfeitiça e nos faz sonhar mas que ao tocar nas mãos se eclipsa e evapora!
Voltei ao meu canto, e ouvi-vos a todos na minha cegueira, a degladiar-se pelo que mais queriam... e, queriam tanto que mataram o sonho mesmo antes de o terem vivido! Eu não te matei, senti-me feliz, deixei-te livre mesmo que distante de mim!
Tuesday, October 10, 2006
Viajar curou-me a melancolia?
Viajar cura a melancolia era o que dizia Al Berto…
Será que curou a minha? A verdade é que não sei… a verdade é que algumas lágrimas rolaram-me pela face enquanto na janela do comboio decorriam uma série de pequenos quadros vivos que avançavam à medida que o ferro percorria os carris. A verdade é que se a viagem não é terapêutica do chocolate não se pode dizer o mesmo! O chocolate belga é um verdadeiro bloqueador de pensamentos, apenas sobra a sensação, a degustação a activação de sentidos…é como que a energia de um orgasmo que se desloca desde debaixo da língua até às extremidades do corpo como uma onda de energia!
Se viajar não cura a melancolia ao menos entorpece-a na sua força. O que nos preenche passa a ser ao início falsamente substituído por uma vontade postiça de estar com atenção aos nomes das ruas da cidade estranha, ao pronunciar dos menus, ao olhar para as catedrais, museus ou apenas para o mapa de intrincados de linhas!
Viajar curou-me? Aliviou-me ou apenas distanciou-me do que aqui me prendia como se fosse pastilha elástica (por mais que nos esforcemos fica sempre um resto agarrado ao ténis)!!!
Será que curou a minha? A verdade é que não sei… a verdade é que algumas lágrimas rolaram-me pela face enquanto na janela do comboio decorriam uma série de pequenos quadros vivos que avançavam à medida que o ferro percorria os carris. A verdade é que se a viagem não é terapêutica do chocolate não se pode dizer o mesmo! O chocolate belga é um verdadeiro bloqueador de pensamentos, apenas sobra a sensação, a degustação a activação de sentidos…é como que a energia de um orgasmo que se desloca desde debaixo da língua até às extremidades do corpo como uma onda de energia!
Se viajar não cura a melancolia ao menos entorpece-a na sua força. O que nos preenche passa a ser ao início falsamente substituído por uma vontade postiça de estar com atenção aos nomes das ruas da cidade estranha, ao pronunciar dos menus, ao olhar para as catedrais, museus ou apenas para o mapa de intrincados de linhas!
Viajar curou-me? Aliviou-me ou apenas distanciou-me do que aqui me prendia como se fosse pastilha elástica (por mais que nos esforcemos fica sempre um resto agarrado ao ténis)!!!
Monday, October 09, 2006
Brussels et Brugges
Fui à Bélgica e aprendi que bonjour é usado o dia todo!
Fui a Bruxelas e descobri que o Manneken Pis (menino que mija o símbolo da cidade) é minorca e a cidade está atafulhada de referências a esta estátua um tanto ou quanto ridícula.
Fui a Bruxelas e descobri que as cidades dos países baixos parecem todas desenvolver-se em torno de uma praça que tem a forma de um quadrado gigante. Nesta praça (em Bruxelas a Grand Place e em Brugges o Markt) qualquer um se inspiraria para escrever enquanto degusta um chocolat chaud e observa os transeuntes.
Fui à Bélgica e descobri que é preciso pagar para aliviarmos a bexiga, nomeadamente 0.30 cêntimos.
Fui a Brugges e descobri que nos podemos apaixonar por uma cidade encantada, que parece saída de um qualquer postal da Disney e deambular sem qualquer sentido de orientação afinado, e sem qualquer roteiro pré-definido em muito menos que meia hora.
Fui a Brugges e vi fazerem chupa-chupas…fiquei tão encadeada com o cheiro a açúcar que nem me lembrei de tirar fotos!
Fui a Bruxelas e descobri que têm um fascínio por cortar as árvores em formas geométricas.
Fui a Bruxelas e descobri que nem sempre o facto de existirem diversas possibilidades de nos deslocarmos na cidade (metro, tram, autocarro, comboio, táxi) isso não significa que tudo se torne mais prático ou que esteja bem sinalizado.
Fui à Bélgica e pela primeira vez viajei numa companhia de aviação low-cost, qual a verdadeira diferença?? Não servem refeições, aliás servem mas temos que as pagar e têm uns bancos mais desconfortáveis!
Fui a Bruxelas e percebi que o trânsito se interrompia por uma manifestação de 4 pessoas com um cartaz.
Fui a Bruxelas e percebi que ali ninguém pára nas passadeiras, que se conduz aos tropeções, que o sistema do metro a funcionar é da idade do pedregulho e que de 5 em 5 metros há um sinal vermelho!!!
Fui a Leuven e entendi como é bom ter carro e ir para onde se quiser quando a festa não estiver a ser boa, ao invés de se engonhar 5 horas (algumas destas no meio de encontrões, bêbados e chuva, outras a dormir na estação de comboios e outras ainda a dançar ou a tentar esquivar-me a rir da figura do pessoal depois de litros de cerveja!!!
Fui a Leuven e descobri que depois da meia-noite a única possibilidade é beber e nada de comer!!!
Fui a Bruxelas e descobri que do centro da cidade ao aeroporto são 36 euros!!!
E sei lá que mais descobri ou acho que descobri…. Existem coisas que ainda é necessário deixar repousar…apenas desejo lá regressar mas com neve! Apesar do tempo lá ter estado um pouco invernoso! Coisa estranha quando por esta altura ainda se anda por aqui de t-shirt!!!
Monday, October 02, 2006
Frases e pensamentos antes de ir....
"Ninguém acende uma lâmpada para a esconder atrás da porta"
"Podemos resistir um dia, uma semana, alguns anos, mas estamos sempre condenados a perder. O nosso corpo continua vivo, mas a alma acaba por receber um golpe mortal mais cedo ou mais tarde. Um crime perfeito, em que não sabemos quem matou a nossa alegria, quais os motivos que levaram a isso e onde estão os culpados."
Paulo Coelho, in A Bruxa de Portobello
Al Berto, in Anjo mudo, afirma que uma vez leu num livro que "viajar cura a melancolia", confesso que estarreci ao ler esse texto, e agora mais uma vez, como se estivesse predestinado parto rumo ao horizonte, esperando que cure mesmo...
Sunday, October 01, 2006
suicidio
Pego numa caneta Bic e num movimento preciso retiro-lhe a carga de tinta.O gesto foi um pouco precipitado o que fez com que sujasse um pouco as mãos com tinta! Esta ocorrência inesperada, faz-me ter vontade de usar a caneta como uma arma!
Agarro com força a carga da caneta e espeto-a no meu pulso esquerdo... a tinta mistura-se com o vermelho escuro do sangue como se fossem restos numa paleta qualquer... giro a carga encravada no pulso que agora lateja de dor até perfurar mais, até a ferida se tornar maior... Retiro a carga, agora já mais vermelha do que azul que deixou uma enorme circunferência vermelho-vivo quase junto à mão! Agarro no resto da caneta (sem a carga) e introduzo o pequeno canudo no buraco em aberto...Viro a mão ao contrário e numa tentativa de expulsar este sangue contaminado que corre cá dentro, vejo gotejar lenta e numa cadência longa o tempo para cima da mesa...
Depois de uma poça considerável se ter formado naquela mesa redonda de vidro, tornando a visão do chão num pastoso vermelhão , volto a virar o pulso! pego numa garrafa de àgua oxigenada e verto umas gotas para dentro do pequeno tubo...Para me descontaminar de ideias prejudiciais e nefastas....
Cuspo para a ferida, após o sangue ter estagnado, tal como fazia quando enchia os pneus da bicicleta (para supostamente não deixar sair o ar)...
Ponho um penso rápido em cima do meu desejo de ter ficado livre deste azar todo que me persegue, e da falta de imaginação ter ficado ali, naquela poça em cima da mesa que havia limpado com papel absorvente de cozinha e posto no caixote do lixo. O penso rápido tem a imagem do Dragon Balla fazer um "Kameh-ameh".
Após este pequeno suicídio de mim mesma pode ser que assim ja tenha espaço para voltar reinventar quem sou!
Agarro com força a carga da caneta e espeto-a no meu pulso esquerdo... a tinta mistura-se com o vermelho escuro do sangue como se fossem restos numa paleta qualquer... giro a carga encravada no pulso que agora lateja de dor até perfurar mais, até a ferida se tornar maior... Retiro a carga, agora já mais vermelha do que azul que deixou uma enorme circunferência vermelho-vivo quase junto à mão! Agarro no resto da caneta (sem a carga) e introduzo o pequeno canudo no buraco em aberto...Viro a mão ao contrário e numa tentativa de expulsar este sangue contaminado que corre cá dentro, vejo gotejar lenta e numa cadência longa o tempo para cima da mesa...
Depois de uma poça considerável se ter formado naquela mesa redonda de vidro, tornando a visão do chão num pastoso vermelhão , volto a virar o pulso! pego numa garrafa de àgua oxigenada e verto umas gotas para dentro do pequeno tubo...Para me descontaminar de ideias prejudiciais e nefastas....
Cuspo para a ferida, após o sangue ter estagnado, tal como fazia quando enchia os pneus da bicicleta (para supostamente não deixar sair o ar)...
Ponho um penso rápido em cima do meu desejo de ter ficado livre deste azar todo que me persegue, e da falta de imaginação ter ficado ali, naquela poça em cima da mesa que havia limpado com papel absorvente de cozinha e posto no caixote do lixo. O penso rápido tem a imagem do Dragon Balla fazer um "Kameh-ameh".
Após este pequeno suicídio de mim mesma pode ser que assim ja tenha espaço para voltar reinventar quem sou!
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