rasgando os olhos na planície para que escapo deixo o tempo deslizar ao sabor da rotação dos pneus!o vento na cara, os óculos de sol e um leve cheiro a primavera consegue penetrar pela infíma gota de janela aberta do carro, já que o barulho de conduzir a 120 me incomoda.
na bagagem trago um punhado de coisas... as necessárias para sobreviver durante uns dias: latas de conserva, pão de forma, fruta e iogurtes que trago na geleira, bem como uma mala cheia de toneladas de roupa, já que tenho que estar prevenida para qualquer situação que possa ocorrer (desde um frio glacial a um calor tropical) e o meu inseparável necessaire. dentro do porta luvas apenas uns maços de cigarros (para ir fumando o tempo), um livro, mapas, documentos e uma réstia de esperança e de vontade de desaparecer de mim mesma e daqueles que me castigam a vista dias a fio. vou sem destino, sem vontade de ficar ou de partir apenas com o desejo de não chegar a lado nenhum. sigo a estrada.
mais adiante, páro na berma e dou boleia a um rapaz de mochila ás costas, abro o vidro. ele retira as rastas do meio da face e deixa-me entrever os seus olhos verde mar. sorri e esticando o pescoço em direcção ao vidro aberto pergunta num português afrancesado:
- para onde vais?
ao passo que respondo:
- vou deixar o meu tempo escoar em direcção á morte á medida que o carro vai lambendo o asfalto!
na bagagem trago um punhado de coisas... as necessárias para sobreviver durante uns dias: latas de conserva, pão de forma, fruta e iogurtes que trago na geleira, bem como uma mala cheia de toneladas de roupa, já que tenho que estar prevenida para qualquer situação que possa ocorrer (desde um frio glacial a um calor tropical) e o meu inseparável necessaire. dentro do porta luvas apenas uns maços de cigarros (para ir fumando o tempo), um livro, mapas, documentos e uma réstia de esperança e de vontade de desaparecer de mim mesma e daqueles que me castigam a vista dias a fio. vou sem destino, sem vontade de ficar ou de partir apenas com o desejo de não chegar a lado nenhum. sigo a estrada.
mais adiante, páro na berma e dou boleia a um rapaz de mochila ás costas, abro o vidro. ele retira as rastas do meio da face e deixa-me entrever os seus olhos verde mar. sorri e esticando o pescoço em direcção ao vidro aberto pergunta num português afrancesado:
- para onde vais?
ao passo que respondo:
- vou deixar o meu tempo escoar em direcção á morte á medida que o carro vai lambendo o asfalto!
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