É como o bater do coração, à medida que os teus pés batem fortemente no chão, como que a chamar por ti. Se fechar os olhos descubro que todos os instrumentos se encaixam e fundem harmoniosamente. Eu, a que oiço, vejo-me envolvida em toda a orquesta inesperadamente. É uma dança triste e com alma ao mesmo tempo. Não que a tristeza não tenha alma...
Parecia que aquela voz que arrepia, chorava pela sua própria sepultura. Ao mesmo tempo o teu olhar irradiava paixão por alguém que ali não estava, mas que estava contigo! Parecias uma bruxa, uma fada que encanta e que parece levitar à medida que os teus braços se erguem no ar, e o teu pulso se torce (tal como os ciganos)! Os pés, que nunca pensei pudessem executar movimentos tão graciosos e rápidos ao mesmo tempo, deixaram-me encantada e de queixo caído... Tudo me lembrava fado... um fado que não se limita à voz, ao peito dorido e aos olhos fechados, mas sim, a um Fado de corpo inteiro, que como canta a vida é apaixonante e trágico ao mesmo tempo. Hoje, conheci o flamenco. Aplaudi de pé e gritei "olé".... Rendi-me!
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